UNIVERSIDADE NOVA, NOVOS PROFISSIONAIS E SEUS
DIVERSOS SABERES
A
universidade brasileira foi muito prejudicada pela imposição da ditadura em
1960, voltada para a profissionalização de seus estudantes, com cursos os quais
não se importavam com uma formação mais generalizada, com valorização das interdisciplinaridades,
tolhendo o seu alunado da experiência de mobilidade de conhecer áreas afins a
sua área geral. Isso torna o futuro profissional desses alunos rígido e
afunilado, fato que acaba prejudicando a estrutura de um país como um todo.
Depois
de algumas tentativas frustradas há alguns projetos em notório andamento o
primeiro, aceito pela universidade de São Paulo, é o bacharelado em
humanidades, um outro é o curso de administração de empresas da faculdade
Pitágoras, a partir de 2004, ele passou a ser ministrado em ciclo básico, um
outro acontece na universidade federal do ABC Paulista, os alunos são selecionados para um programa
inicial de bacharelado em ciências e tecnologia, o qual antecede áreas mais
especificas.
É
evidente a ocorrência de falhas no processo, mas esses projetos têm apresentado
excelentes resultados, hoje com melhores condições, apesar de ainda haver parte
de um residual conservadorismo, as universidades brasileiras seguem avançando
em mudanças estruturais internas e externas, a exemplo, as mudanças ocorridas
na Universidade Federal da Bahia, após sofrer resistência por parte de alguns e
mudanças na reitoria, houve importantes transformações em sua estrutura e hoje a UFBA é a
universidade nova.
Essa
transformação da universidade brasileira implica várias demandas, valoriza a
diversidade e a interdisciplinaridade, adota uma maior mobilidade de
conhecimentos a cultura local entre outros. A principal alteração é a divisão
em três ciclos, sendo o primeiro de formação geral que proporciona o aprendizado
de competências e habilidades e permite um olhar reflexivo da sociedade em que
está inserido, este é o bacharelado interdisciplinar. Já no segundo a formação é
especifica, e o terceiro ciclo mestrado e/ou doutorado. O primeiro ciclo é
cursado no mínimo com 1.200 horas e se divide em três etapas, seus componentes
curriculares se dividem ainda em obrigatórias, optativas e livres, orientado
pelos professores o aluno cursará as obrigatórias e os outros componentes
contarão como parte integradora e definirão de fato o rumo almejado para a
carreira universitária.
Para
participar desse curso o estudante precisa estar aberto a essa nova perspectiva
de uma formação para além de uma rígida carreira profissional, há duas
hipóteses de entrada no BI prestar um exame especial e o ENEM o qual por conta
dessa nova universidade poderá em breve ter mudanças significativas. Essa
modalidade já existe no Brasil e em quase todos os países desenvolvidos, adotado
por universidades do Estados Unidos da América e da Europa tem contribuído para
o continuo crescimento desses países pois é capaz de formar um profissional de
excelência atuante em todas as áreas de desenvolvimento de um país.
Referência
SANTOS, Boaventura de Souza; ALMEIDA FILHO,
Naomar. A Universidade no século XXI: para uma Universidade Nova.
2008
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